Me desdenhou como pode, perdeu meu corpo pro mundo
Quando viu a empreitada sorrateira, fez cena
Me desapeguei tanto, que até errei na novena.
Desencanto de estar junto a cada lembrança,
Lembro dos laços, os quais não posso cortar
São corações que me distraem
Me adulam e adornam, cospem e mordem, sorriem e vagam.
Mas deles não posso desviar
Na sina da vida amorosa, me iludo.
Viver a dois é complicado, é jogo duro.
Errado estou nos olhos, quando permito o pecado.
Entre olhos digitados, reparo no instante, desavisado.
Meus ombros cheios de choro, tanto quanto pude suportar
Ela me enche num instante e me esvazia no outro
Enquanto isso, outras dormem, a sonhar com esse louco
Já não sou mais criança, tenho força interior
Para os outros é muito útil, mas para mim, dor.
Amor, difícil, quantos morreram na cruz?
Apenas quem deteve o silício, pôde amar como Jesus.
Entre o coração iludido, e a razão impetuosa
Prefiro ouvir belas músicas ou sentir cheiro de rosas?
Oro, penso...
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